Clima tropical, chuvas torrenciais e grandes favelas sem saneamento básico são a mistura perfeita para a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de dengue, zyka e chikungunya.
Tão espalhadas quanto os mosquitos são as motocicletas de baixa cilindrada nas apertadas vielas de Klong Toey, a maior favela de Bancoc, capital do país. Milhares de becos só são acessíveis a bordo de motonetas.
A fundação local Duang Prateep resolveu usar isso em favor do combate à dengue, e desenvolveu um dispositivo chamado "motorrepelente".
A invenção, fixada com um ímã na ponta do escapamento, usa o calor e os gases do escape para pulverizar um óleo natural que repele mosquitos. Segundo a fundação, cada borrifada teria alcance de até três metros.
Até agora foram instalados mais de 2 mil pulverizadores, o que, nos cálculos da entidade, devem proteger mais de 80 mil moradores da comunidade. Moradores afirmam que a quantidade de mosquitos diminuiu depois que as motos passaram a usar o dispositivo.
"Há potencial para fazer uma grande diferença na comunidade. O repelente não é tóxico e as motos estão por toda a parte. É uma forma de dar a todos a chance de ajudar", afirmou Damrong Boonyoung, líder comunitário da Klong Toey.
A Duang já demonstrou interesse em exportar a ideia a outros países, inclusive o Brasil. Seria uma boa solução para favelas como a Rocinha (Rio de Janeiro), que tem um exército de motos -- e outro de mosquitos -- circulando em suas vielas?
Fonte : Cicero Lima - Leonardo Felix - Infomoto do UOL
Foto : Reprodução vídeo divulgação